Segunda-feira, 8 de Junho de 2009
ENTRE OS “ANJOS E OS DEMÓNIOS”




A semana passada fui ver o filme
Anjos e Demónios (
Ron Howard, 2009) e como não tinha expectativas nenhumas em relação ao mesmo até tive uma boa surpresa. Ao contrário do
Código Da Vinci (
Ron Howard, 2006), também a partir de um livro de
Dan Brown, este filme mergulha-nos no interior do Vaticano num misto de videojogo onde o espectador segue as pistas do protagonista e as suas estratégias em tempo-real. Assim, seguimos o simbologista Robert Langton (um balofo
Tom Hanks), professor em Harvard e chamado ao Vaticano para resolver o mistério dos quatro cardeais desaparecidos, numa rota pela cidade de Roma. Neste contexto, podemos considerar que esta produção cinematográfica é também um documentário turístico sobre a capital Italiana onde os
ex libris da cidade se vão apresentando de forma imersiva, achei particularmente interessante a cena na Praça Navona, onde se transmite aquela penumbra dos bares e esplanadas que tanto contrasta com a luminosidade da fonte.
Neste ambiente o “texto” do filme vai-se desenrolando numa história de detectives, cheia de encriptações e numerologia bem ao sabor dos tempos actuais, que nos propõe uma reflexão simplificada sobre as complexas relações entre ciência, tecnologia e religião. Entretenimento puro recheado de uma narrativa histórica bastante baralhada mas consistente onde somos introduzidos à suspeita de um assassinato papal e ao universo dos 4 sucessores desaparecidos. Com Langton, andamos a deambular por Roma, somos levados a seguir as pistas que os
Illuminati prepararam a partir dos quatros elementos da ciência: terra, ar, fogo e água. Com Vittoria Vetra, representada pela actriz israelita
Ayelet Zurer, vimo-nos projectados no interior do CERN e levados a reflectir sobre a problemática da simulação da partícula de Deus, Bóson de Higgis. Quem no interior do Vaticano planeou e mandou assassinar o papa? Quem “projectou” matar os seus eventuais sucessores? A polícia suíça? Será que o
Camerlengo Patrick McKenna (um convincente
Ewan McGregor) está a dizer a verdade? Uma viagem cheia de acção onde a narrativa tem a virtude de construir uma possível ficção histórica.
De fosquinhas a 9 de Junho de 2009 às 13:35
Dizem que os livros de Dan Brown contribuem para a estonteante tontice do mundo moderno mas eu ca digo que é a penumbra das esplanadas que nos encadeia.
Haja luz!
De
Màriù a 9 de Junho de 2009 às 17:25
Oh seu catrapisco, essa penumbra tem, como todos os textos aqui vinculados e os discursos de Obama, uma clareza meridiana!
De fosquinhas a 10 de Junho de 2009 às 08:15
Como teria dito Mestre Duns Scotus, os meridianos imersivos das estratégias de tempo-real fundem-se com as constelações papais e propiciam o eclipse temporario e ludico dos pontos cardinais e das 7 colinas da arquitectura urbana da milenar Roma, aqui investida de forma turistica e implicadamente contemporânea pela câmara consistente do gênio cenourinha Ron Howard, propiciando a consistência do desaparecimento dos cardeais, esvaidos por entre os 4 elementos da ciência.
De fosquinhas a 10 de Junho de 2009 às 08:21
O perigo de uma pelicula tão imersiva como esta é mesmo adormecer você.
:mrgreen::mrgreen::mrgreen: Cara(o) Màriù, agradeço o texto do MS no DN que gostei bastante de ler e que me fez pensar no problema levantado pelos resultados eleitorais recentes. Uma clareza meridiana que tanto faz falta "à velha Europa" mais ainda quando resultados recentes do FMI são mais optimistas. xxx mouse
De fosquinhas a 12 de Junho de 2009 às 08:13
Temos o dever de reiterar que o FMI, como Soares, é conhecido pelas suas avassaladoras visões proféticas !
De
migalha a 15 de Junho de 2009 às 12:09
Eu cá nada percebo de meridianos, constelações ou papas, a não ser as da Cerelac! O que sei é que o livro do Dan Brown, Código da Vinci , aliás tal como o filme, é muito mau. Com base nesse pressuposto fui ver com alguma relutância este outro blockbuster, Anjos e Demónios. E, para ser sincero, até gostei, dentro do género de acção e entretenimento puro. É consistente e cuidadoso quer na narrativa quer nos detalhes, à excepção da cena final do helicóptero que é muito disparatada. O único senão em todo o filme é o canastrão do Tom Hanks que já não se aguenta.
:mrgreen::mrgreen::mrgreen: Olá Migalha! Obrigada pelo comentário com o qual concordo inteiramente (helicóptero e Tom Hanks são pontos fracos!). xxx mouse
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